Negros compõem a maior parte dos gamers brasileiros: entenda!

Negros e pardos compõem a maior parte dos gamers brasileiros, segundo a PGB 2023

A população negra soma 54,1% da comunidade gamer brasileira, representada, em sua maioria, pela classe média.

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negros compõem a maior parte dos gamers brasileiros
Fonte: Freepik

Negros compõem a maior parte dos gamers brasileiros, aponta o levantamento intitulado Pesquisa Game Brasil de 2023. O percentual, que já era grande em 2022 (49,4%), atingiu 54,1% da comunidade de players no Brasil. Os números são expressivos e mostram a urgência de mais representatividade de protagonistas negros nas narrativas dos jogos eletrônicos.

Outra novidade da pesquisa é que, pela primeira vez, o público feminino é menor do que o público masculino na cena gamer. Afinal, 53,8% dos players são homens ao lado de 46,2% de jogadoras.

Vale dizer que esta é a 10ª edição da pesquisa feita desde 2013. Nesta edição, 14.825 pessoas foram entrevistadas pelo Go Gamers em parceria com a faculdade ESPM e a Blend New Research.

O cenário gamer atual: pretos e pardos em foco!

Com 12,7% de pessoas se autoafirmando pretas e 41,4% pardas, a soma do percentual, 54,1%, foi maior do que o percentual dos players que se declararam brancos, no caso 41,4%.

O levantamento trouxe também um recorte social do público gamer no Brasil. Este é composto, em maior parte, pela classe média, a qual corresponde a 65,7%, sendo representada pelas classes B2, C1 e C2. As classes A e B1, simbolizada pelos mais ricos, correspondem a 12,3% e 11,7% respectivamente. Quanto à classe D e E, juntas representam 10,4%.

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Por um lado, o recorte social demonstra o quanto a diferença de renda pode impactar no acesso a consoles e games, os quais não são nada baratos em nosso país. Aliás, tudo indica que os consoles de última geração se tornarão mais caros em 2023.

No entanto, por que a maioria dos gamers brasileiros pertencem à classe média? Em outras palavras, como explicar a ascensão dessa classe social, uma vez que um console pode chegar a R$ 7.000, mais que o dobro da renda familiar dos players? 

Isso se deve à preferência de plataforma. Desse modo, 48,3% dos players preferem jogar no celular, uma plataforma mais dinâmica e acessível financeiramente. No mais, a preferência pelos jogos gratuitos corresponde a 39% do público.

Mulheres em cena e os desafios encontrados

No que tange a divisão de jogadores por gênero, o número de homens (53,8%) ultrapassou o de mulheres (46,2%) pela primeira vez desde a edição de 2016. A diferença surpreendeu, porque nas edições anteriores, as mulheres representavam mais da metade do público gamer no Brasil.

Devemos lembrar que as mulheres enfrentam muitas dificuldades nos jogos online. Não raro, vemos muitas streamers denunciarem comentários machistas e misóginos durante as partidas.

Em 2018, Malena, uma das maiores gamers do nosso país, veio a público denunciar suas experiências com comentários machistas. O seu vídeo de desabafo no Youtube “Esse vídeo é muito sério” bateu a marca de 348.000 visualizações.

Além de Malena, Gabriela Cattuzo, uma streamer de sucesso, perdeu o seu patrocínio com a Razer, em 2019, quando respondeu a um comentário em sua foto que a sexualizava. Com tanto preconceito, muitas mulheres acabam escondendo suas identidades ou até trocando-as por pseudônimos masculinos para não serem alvo de assédio moral.

Negros compõem a maior parte dos gamers brasileiros: como isto repercute na indústria gamer?

negros compõem a maior parte dos gamers brasileiros
Fonte: Freepik

A representatividade de streamers negros pode impactar positivamente as novas gerações. Devemos lembrar que a profissionalização dos jogadores de games eletrônicos tem crescido nos últimos anos, sobretudo com o advento dos eSports. Além disso, hoje já é possível ser um streamer em diversas plataformas como Facebook Gaming, Twitch e YouTube Gaming.

Esses canais são abertos ao público e trazem bastante visibilidade aos jogadores, tal qual desfruta um dos maiores gamers pretos dessa geração, Gabriel Barbosa Nascimento. Também conhecido como Gabreta, o streamer é da periferia de Águas Claras e conquistou muitos fãs em suas lives.

Essa representatividade é muito importante, porque além de levar à identificação do público, também incita a indústria gamer a dar espaço para estas vozes. E, claro, a tendência é que mais personagens pretos adentre as narrativas dos jogos. O que já podemos ver em games como The Walking Dead, Assassin’ s Creed III: Liberation e Spider-Man: Miles Morales.

Contudo, embora os negros componham a maior parte dos gamers brasileiros, não podemos esquecer que este é um espaço de resistência. Afinal, muitos jogadores pretos sofrem ataques frequentes de racismo durante as lives. Uma realidade triste em um país que mais da metade da população é preta.

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Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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