Afinal, o que você quer ser quando crescer?

A infância acabou e agora? O que você quer ser quando crescer?

A escolha de uma profissão pode ser determinante para uma vida. Mas, quem disse que não podemos trocar de rota?

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O que você quer ser quando crescer
Fonte: Freepik

‘O que você quer ser quando crescer?’ É uma questão que ouvimos desde criança e que talvez nos assombre ainda quando adultos. Afinal, a resposta gera um sentimento de inquietude, considerando que pode determinar toda uma vida. Ora, basta que olhemos os tremores sentidos quando, após anos em uma profissão, deparamo-nos com a frustração de uma escolha errada.

O problema é que saber o que ser quando crescer perpassa o entendimento do momento exato de quando crescemos. Seria no momento de puberdade? Após o último dia de aula do ensino médio? Ou ainda, depois de completarmos a maioridade, no caso, 21 anos de idade? O fato é que delimitar com precisão quando crescemos não é tão fácil.

Isso porque estamos em constante crescimento e evolução. Quem dirá que uma pessoa de 60 anos, cheia de sonhos, que está acabando de aprender a ler ou ainda, saindo da faculdade, não está crescendo? O tempo é relativo, mas uma coisa é certa, mudamos e evoluímos a todo momento, de modo que a fatídica pergunta ‘o que você quer ser quando crescer?’ terá uma resposta diferente a cada novo momento de vida.

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Mas, por outro lado, bem sabemos que essa pergunta está muito vinculada à carreira. No geral, é feita quando alguém quer descobrir o que o interlocutor quer seguir na profissão ao atingir a fase adulta. E a resposta mais uma vez não é de todo muito simples.

Entre o meio e as vontades dos pais

O que você quer ser quando crescer
Fonte: Freepik

Quando pequenos, a pergunta ‘o que você quer ser quando crescer?’ é respondida mais pelos pais do que pelas crianças propriamente ditas. Embora sem filtros e barreiras, os pequenos estão condicionados pelo meio, por vezes, construído por uma expectativa de seus responsáveis.

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E é claro que, muitas vezes, os gêneros assumem um papel determinante e até limitante quanto a profissão a ser seguida. As meninas são ensinadas desde pequenas a serem mães e boas esposas. Basta que olhemos os brinquedos criados para esse público: panelinhas, ferro de passar roupa, bonecas e por aí vai.

Assim, o cuidado com o lar passa a ser prioridade, apagando a possibilidade do surgimento do desejo de ser uma profissional fora do ambiente doméstico. Você mulher, quantas vezes na infância foi incitada a ser uma astronauta, uma engenheira renomada, uma piloto de avião, em suma, a ser mais que uma dona de casa? Acredito que poucas vezes.

Enquanto isso, do outro canto da vida, os meninos são ensinados a serem provedores, aqueles aptos a ocuparem os espaços públicos. Carros, aviões, bicicletas e skates são alguns dos brinquedos que os rapazes ganham na infância para que possam ocupar o ambiente fora daquele ambiente doméstico.

Crescerão astronautas renomados, grandes engenheiros, pilotos qualificados e o que mais estiver a seu alcance. Para eles, o céu não é um limite. É justamente as expectativas objetivas da sociedade, que comportam as expectativas dos pais, que corroboram para a resposta da pergunta ‘o que ser quando crescer?’.

Mas, sabemos também que, quando as crianças começam a crescer e possuem contato com o mundo, acabam questionando tais expectativas e buscando uma resposta que faça mais sentido a elas, busca essa que talvez durará a vida inteira.

Entre testes vocacionais e feiras de profissões

Na busca da profissão ideal, encontramos diferentes ferramentas capazes de nos auxiliar em uma resposta. Os testes vocacionais são um deles.

Os testes vocacionais são aqueles testes aplicados por um psicólogo para averiguar a tendência profissional de um dado indivíduo. Hoje, encontramos centenas deles na internet, mas me pergunto se não passam de um teste do Buzzfeed na roupagem de um formulário psicológico.

Não me lembro de passar por um teste vocacional durante o ensino médio. Mas, lembro-me bem de assistir a uma feira de profissões na universidade que, hoje, curso meu doutorado. As repartições de diferentes cursos e diversos estudantes uniformizados e com incertezas são as minhas memórias mais fortes dessa época.

Lembro-me que no espaço de Filosofia, nada de luxo sobre a mesa, somente alguns livros espalhados, mas o suficiente para me incitar a curiosidade. Para mim, amor à primeira vista, para minha mãe, uma decepção que levaria tempo para passar.

Na frustração das expectativas dos outros, talvez nos encontremos

Outra memória fresca foi a frustração das expectativas da minha mãe sobre qual curso eu seguiria. Ela tinha certeza que seu filho faria Direito, era o nosso acordo até o final do segundo ano do ensino médio.

Mas, ela não contava que no terceiro ano, nos 45 minutos do segundo tempo, eu conheceria um professor de Filosofia que mudaria completamente a minha vida. Por certo, estudava muito para a disciplina e gabaritava todas as provas. Já, por baixo dos panos, ele me emprestava livros de Filosofia extra didáticos.

Um desvio de rota

Decidi desviar de rota e seguir carreira. E deu certo! Cursei até o mestrado na área. Mas, como eu disse anteriormente, estamos em constante crescimento e, quando eu achei que já tinha crescido o máximo que podia, eu estava errado. Conheci pelos meus caminhos o curso de Letras e decidi mudar de rota. Hoje, faço doutorado na área.

E quantos como eu, mesmo após crescerem, não fizeram as suas transições de carreira? Quantos não frustraram a expectativa de futuro de seus pais e disseram: não, não para mim? E ainda, quantos ainda estão na busca do que vão ser quando crescerem?

Infelizmente, para essa questão não há receita de bolo. Muito pelo contrário, a resposta só pode ser construída a partir de uma mente e corpo aberto a experimentar as possibilidades da vida. Se precisar de ajuda, não descarte a busca por um psicólogo e a visita às feiras de profissões. Se precisar de respostas, não deixe de olhar para dentro.

E lembre-se que a resposta pode mudar a depender dos caminhos que você tomar e do dia que for perguntado. Se estiver muito difícil de responder hoje, deixe para amanhã, talvez você precise de um tempo para ter mais clareza. Amanhã, amanhã me pergunte novamente: ‘Gabriel, o que você quer ser quando crescer?’. E quem sabe eu te dê uma resposta totalmente diferente do que sou hoje.

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Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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